ENTREVISTADA DA SEMANA: HILANA CEDRAZ,
A contadora da By Lari e grande parceira nas questões burocráticas da nossa loja! Hila é mãe de João e Lolo, trabalha há mais de 15 anos na área e é sócia da Compliance Contabilidade.
Foi ela quem deu todo apoio que precisávamos lá no início, orientando e tirando todas as dúvidas que surgiam no caminho! Então pois, resolvi convidar Hila para responder algumas dúvidas que também podem ser suas neste momento da sua carreira na arte têxtil:
Hila, muitas bordadeiras começam vendendo por hobby, sem pensar já no formato empresa. Em que momento você acha que é a hora de dar esse passo e formalizar o negócio?
Bem, é preciso avaliar dentro da dinâmica de cada bordadeira, em qual momento as encomendas começam a surgir e a demanda cresce, é aí que você percebe que o bordado pode se transformar em uma fonte real de renda. Com as encomendas acontecendo de forma recorrente, com um fluxo de clientes e rendimentos financeiros constantes, chega o momento certo de se formalizar. Ter um CNPJ, quando já se tem um ateliê que começou a se consolidar, permite que o mercado enxergue seu trabalho como um negócio e abra portas para o fortalecimento da marca.
Para quem tem medo da burocracia: abrir um CNPJ é tão complicado quanto parece?
É muito comum que a gente pense em burocracia quando falamos em abrir uma empresa! Mas para quem está iniciando a sua jornada, existe um caminho simplificado: a constituição do MEI (Microempreendedor Individual), que é o mais indicado para bordadeiras que estão começando a empreender. O procedimento é feito totalmente online, basta acessar o Portal gov.br/mei (https://www.gov.br/mei) e seguir o passo a passo — em poucos minutos o CNPJ é criado, e a bordadeira já sai com alvará, inscrição e tudo regularizado. Caso sinta dificuldade, alguns escritórios de contabilidade oferecem esse serviço de formalização de forma gratuita.
Quais as principais vantagens de ter o bordado como um negócio formalizado? Isso muda algo no dia a dia da artista têxtil?
A constituição do CNPJ trará benefícios tanto para a bordadeira, quanto para o seu negócio. A formalização impacta na credibilidade, segurança e acesso a oportunidades: é possível emitir nota fiscal, participar de feiras e até buscar financiamentos ou crédito bancários para o seu ateliê. Além disso, para quem constitui o MEI, a regularização permite contribuir para o INSS e garantir benefícios junto a previdência como aposentadoria e auxílio-maternidade.
Muita gente sente dificuldade em lidar com números. Que dica você daria para começar a cuidar melhor das finanças do ateliê sem perder a leveza do fazer manual?
O segredo é começar com o básico, sem complicar. Ter uma planilha simples para registrar entradas e saídas já faz toda diferença. É importante entender que a pessoa física da bordadeira é diferente da pessoa jurídica do ateliê que foi constituída: separar o dinheiro pessoal do dinheiro do ateliê ajuda a entender se o negócio está realmente dando lucro. Controlar as finanças e reservar a sua remuneração mensal dentro do resultado alcançado. E, se for possível, ter um contador ou contadora parceir@ para que possa orientar e conduzir o seu crescimento e deixar tudo ainda mais leve e organizado, canalizando sua energia para as criações do seu ateliê.
Entrevista concedida à By Lari em, 24 de outubro de 2025.
